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31 de outubro de 2010

Dia desse ... (1)

Perdi o caminho e
sai da direção.

Sem norte
esqueci a gravidade.

Entendi que um encontro
realiza-se na ausência.

Jogado sem jogo
ocupei o reserva.

O segundo lugar
ficou vizinho do último.

A solidão ancorou e
aportou uma tristeza daquela.

Tudo virou pouco e
o muito foi quase nada.

Inteiro fui partido e
em estilhaços espedacei.

A aliança alertou e
ilhou a vontade.

Na despedida
melhor antes que depois.

Tão só
fui querendo ainda ficar.

Dia desse
se apitasse ninguém dormiria.

15 de outubro de 2010

Nada peço, agradeço.

Arrisco um verso
que em oração
professo.

Aprendi mais
que ensinei:
confesso.

Com a vida e
biblioteca
desengesso.

Inverso
na contramão
atravesso.

Desfaço,
refaço e
arremesso.

Ironia ou provação,
no dia do professor
fui impresso.

Nascido
com a profissão
submerso.

Ao bom Deus
agradeço,
nada peço.

4 de outubro de 2010

Procura-se.

Quem descontrai a razão e
aventura ser feliz.

Quem arrisca parecendo
um tolo sonhador.

Quem ousa atender
o que o coração anseia.

Quem encara a vida como
uma dádiva e promessa.

Quem consegue ser autêntico
ainda que desaponte alguns.

Quem sinceramente realiza-se
com a alegria do outro.

Quem dança com o abandono e
suporta o vazio do salão.

Quem conheceu uma traição
sem trair a sua alma.

Quem reconhece a beleza mesmo
sem estar tão belo todo dia.

Quem reafirma “eu posso”
diante dos tropeços.

Quem ferido até os ossos
faz o que tem que ser feito.

Quem atravessa um incêndio
sem acovardar-se.

Quem consegue ficar sozinho e
gostar da sua própria companhia.