English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

17 de abril de 2010

A adorável má companhia.

               A adorável má companhia é o maior achado e a melhor perdição. Combinando informalidade e descontração ela está fora do lugar comum. Encontra-se além da semântica no espaço que não há tradução. Que sintaxe!
               Mesmo que já tenha sido vista e revista tantas vezes, a adorável má companhia traz sempre o novo. Talvez seu encantamento e grandeza esteja na novidade antenada que, irresistivelmente, a sua presença promove. Que abordagem!
               Perde-se a noção de tempo quando chega. Ela amarrota o passado, desdobra e passa logo o presente a limpo. Sua sinceridade e delicadeza envergonham. Sua espontaneidade e graça entusiasmam. Escapa o eixo da gravidade e provoca. Desconserta as convenções e desafia. Que pique!
               A adorável má companhia é danada: perto dela conta-se de uma vez tudo e não se esconde nada. Quando parece que tudo foi dito, vem ela e diz que ainda não tinha nem começado. Dispensando rodeios, ela vai direto ao ponto. Que pontaria!
               É praticamente uma garimpeira que, com uma peneira na mão, esmera-se na delicada e precisa distinção entre o valor e o cascalho. “Sempre alerta” parece exemplar escoteira. É uma confiável vidente: sabe o que se passa por dentro com um olhar. Em instantes, capta todos os medos e não conta. Que visão!
               Ganha o dia com amenidades e conduz a vida como a dama. Mete o pé na porta e invade o instante que acontece. Quando não junta duas letras já faz um verso inteiro. Ela não cisma, encasqueta. Ainda nas segundas, ela já se adianta e está nas terceiras. Na sua prece clama por aqueles que não sabem se divertir. Que filosofia!
               Acerta as contas da vida à vista. Seu equilíbrio desequilibra. Sua presença exige fotografia. Sua pluralidade acorda o particular. Sua franqueza adormece a etiqueta. Está mais para montanha-russa que para carrossel. Prefere a roda gigante que o trem fantasma. Que aventura!
               Sua estrutura simples é muito complexa. É frágil metida à forte. Se objetiva e prática passa batida por valente e brava. É mais humana que apenas gingante. Tão iluminada, fica sujeita a uma classificação precipitada. É tão racional quanto arrebatadora. Que formas!
               É o próprio convite para a grande festa. Merece aplausos a sua atuação. Seu jeito vira marca. Desconcentra a sua atenção. Vive a postos, sempre pronta. Flexiona com fundamento. Nela tudo fala. Sua batalha tem um quê de sobrevivente. Dá gosto o seu abraço e seu sorriso tem história. Que layout!
               Tive a feliz coincidência de encontrar, nessa vida, adoráveis más companhias. Diante de todas, fiz a exposição do inconfessável, com a absoluta certeza, que em nenhum tempo ou lugar, isso seria desperdiçado como cifras. Com outras combinamos que ficaríamos velhinhos todos juntos. Uma escreveu meu nome nas areias de Itapuã. Que poesia!
                Duas olharam o céu comigo e o que menos importava, naquele instante, era o frio no monumento forrado pelo jornal. Há aquela que disse que seria janeiro, mas já se passaram muitos verões.  Outra foi de cara reconhecida com “um boa tarde”. Que temperatura!
                 Uma ensina que o comedido é vizinho do despojado, basta um bom motivo. Reencontrei uma que, enquanto eu estava cheio de mala pesada, ela carregava dor. A gargalhada inigualável de outra sou capaz de ouvir no recado virtual. Que tecnologia!
                Sempre que a adorável má companhia sorri parece que encontro o sol. Um dia comum vira feriado nacional na sua presença. “Flores” e “Paz” nos registros de umas não são à toa. Cheguei a combinar com outra que, na próxima, vamos descansar porque essa aqui está uma canseira daquela. Todas, sem saber, me fizeram crescer, pelo menos, uns dez metros. Que altura!
                De um jeito ou de outro, esse texto apenas tenta visitar minhas adoráveis más companhias. Hoje, especialmente, uma que aniversaria e traz na inicial de seus sobrenomes as letras “F” de “FUNDAMENTAL” e “M” de “MADONA”. O mais certo e impressionante disso tudo é que só uma adorável má companhia entende tão bem uma outra. Que confraria!

10 comentários:

Unknown disse...

Apesar de ser um texto bem subjetivo, consegui me reconhecer em várias passagens, sobretudo no q diz respeito ao meu aniversário!
Fiquei emocionada.
Jurei q não ia chorar, mas não deu...

Testahy disse...

Estou muito feliz pelos seus textos, que ficam cada vez mais legal. Ler isso é uma forma de tirar proveito de coisas que podem ser importantes para a vida.

Adorei o seus comentários.


Abraços e fique com Deus

controvento-desinventora disse...

Somos partidos entre o sim e o não...
metade ficou na guerra o resto é alegria...
mas nunca adorei tanto
ser chamada de má companhia

não olho a vida do canto
canto da vida a magia
no meio da roda me encanto
com você que me vicia

em está, não está
e Ser
ser má, não ser má
e Ver
que as más companhias
se sabem Ler.

Unknown disse...

Perfeito este Testo!!!!!!!!!!!!!!!
Adorei vc é incrível..........................................

Marlon Silva disse...

Amigo!!!
Um adjetivo ou uma pessoa?
A varios formas de se empregar AMIGO em uma frase e em nossa Vida. A Grandes, ou Pequenos, os Momentâneos e os PARA SEMPRE.
Mas não deixam de ser Importantes.
Há aqueles que nos acrescentam muito com suas experiências, a outros que com suas burradas nos ensinam, mas o melhor é aquele que com sua Inocência nos AMA!!!

Amigo é isso o que você é!!!
Que nossa Amizade dure Eternamente...
Parabéns pelos textos!!!
Vou comprar o seu livro quando você lançar...kkkk
AbraçãO

Ana Nery Santos disse...

Ai meu amigo, após ler esta maravilha de texto me veio à cabeça nosso último encontro lá no colégio em que eu insisti para que escrevesse... Este está sublime, uma crônica maravilhosa, e ser uma má companhia em relação à você é tudo que mais quero continuar sendo!
Te amo!!!

Unknown disse...

Que saudade de ser uma má companhia mais presente!

Unknown disse...

Que tecnologia!
Você consegue ouvir minhas gargalhadas???
Eu consigo sentir seu abraço apertadinho e sincero, consigo sentir o seu cheiro e te dar um xero apenas fechando os olhos e lendo seu belo texto!
Que delícia!
Que saudade!
Que carinho!
Que adorável má companhia!

Vanessa Relvas disse...

Difícil comentar. Diante de esplendores textuais, sempre acho que calar-me é o que faço de melhor. Porque tudo que diga não preencherá a comoção que senti.

Você é complexo e certeiro, tipicamente poeta, diria eu. Difícil compreensão, a princípio, significados descortinados a posteriori: beleza é o produto final.

Como tantos que postaram acima, lendo, me vejo e te vejo também. Saudades dos risos, abraços, cumplicidade, isso que chamamos AMIZADE.

Starting disse...

adorei o texto.... até coloquei em meu blogger! peço a permissão.. :x hehehehe.. OBRIGADO. relata muito bem uma bela e maravilhosa e .... parte da minha vida ! Abraços de STARTING!

FELICIDADES!